terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Canelite

Canelite



  • O que é a Canelite:

Canelite é um nome popular dado a uma síndrome conhecida como Síndrome do Estresse Tibial Medial, também conhecido com outros nomes como Shin Splint e Tibialgia. Mas na prática é tudo a mesma coisa, ou seja, uma dor na canela que representa de 6 a 16% de todas as lesões em corredores e são as causas mais comuns de dores em corredores.
A Canelite é caracterizada por dor na região anterior da perna que inicialmente ocorre durante o exercício e melhora após algumas horas, evoluindo para dor persistente mesmo com a cessação da atividade, podendo dificultar até o andar de forma lenta.
Nessa síndrome ocorre uma inflamação do Periósteo (camada que envolve o osso) da Tíbia (maior osso da perna) e em estruturas adjacentes como tendões e músculos, podendo evoluir para uma fratura por estresse.

  • Fatores de risco:

    • Aumento excessivo no volume e/ou intensidade de treinamento, como também treinamento sem orientação de um profissional.
    • Pessoas iniciantes no esporte ou que mudaram de atividade recentemente.
    • A fraqueza dos músculos dos membros inferiores, como também a falta de alongamento dos músculos da panturrilha.
    • Pisos duros e compactados como concreto e asfalto devem ser evitados, dê preferência a grama ou pisos de terra, evite também terrenos acidentados. Concreto é seis vezes mais severo para os seus tecidos da tíbia do que o asfalto. O asfalto é três vezes mais severo do que a terra batida. A grama é ainda mais macia, e diminui significativamente o risco de inflação na região da tíbia.
    • Pés hiperpronados e hipersupinados.
    • Correr inclinando o tronco para frente além de 5º.
    • Mulheres na menopausa.
    • Tênis inadequado para o seu tipo de pisada.


  • Diagnóstico:

O diagnóstico exato da lesão é feito pelo médico, a fim de excluir a possibilidade de ser uma fratura por estresse. O relato da história clinica como também o exame físico é de fundamental importância para o diagnóstico. Caso o médico suspeite da fratura por estresse, a radiografia convencional é o primeiro exame a ser solicitado.

  • Tratamento:

    • Correção de qualquer condição estrutural com o uso de calçados e caso necessário, palmilhas personalizadas para o pé.
    • Modificação da atividade, evitando-se as corridas e os saltos por aproximadamente 10 dias. Durante esse período o condicionamento cardiorrespiratório deverá ser mantido através de exercícios na piscina com flutuador, como também no ciclo ergômetro.
    • Crioterapia (gelo) e o TENS (estimulação elétrica trans cutânea) podem ser usados objetivando a analgesia local.
    • Exercícios de alongamento para musculatura posterior da perna (Panturrilha).
    • Com a regressão dos sintomas, devem-se iniciar de maneira progressiva, os exercícios de fortalecimento para toda musculatura que envolve a articulação do tornozelo (tibiais, fibulares e tríceps sural).
    • Assim que o atleta estiver assintomático, pode-se iniciar o trote/corrida sobre a grama, por aproximadamente 20 minutos, com uma progressão de 10 a 15 semanalmente. É importante ressaltar que o mesmo já deverá estar adaptado ao tênis, caso seja portador de algum problema estrutural.

  • Prevenção:

    • Uso do tênis correto. Adequado ao seu tipo de pé e com amortecimento também na parte anterior. O uso de uma palmilha de silicone pode ajudar.
    • Alongue antes da corrida, e mais uma vez depois do aquecimento.
    • Aquecer. Informe ao seu corpo que ele será sobrecarregado. Pode-se usar meias de cano longo para ajudar no aquecimento.
    • Não corra com dor nem em excesso. Respeite os sinais do corpo.
    • Aumento gradual no volume ou intensidade do treinamento (não aumentar mais que 10 à 15 semanalmente). Não faça treino de velocidade prematuramente.
    • Faça musculação. Músculos fortes diminuem o impacto sobre ossos e articulações.
    • Corra em superfícies adequadas.

       
  • Dica:

Aos primeiros sinais de dores na região anterior da perna, procure um profissional para uma completa avaliação e o correto diagnóstico e tratamento, só assim você terá condições de realizar suas atividades esportivas sem maiores complicações.



Rafael Rabelo Mendes
Fisioterapeuta
CREFITO 4 Nº 118117 F
(31) 8828-4014



4 comentários:

  1. Muito boas as dicas. Valeu!

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  2. Aaai aconteceu isso comigo ontem jogando bola eu to com dor ao pisar um pouco, to com medo de ir ao médico e ele falar que é uma fratura e eu ficar um tempo sem jogar bola e com gesso na perna :S

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  3. BEM, A INTENSIDADE DA DOR PODE SER UM SINAL DA PRESENÇA OU NÃO DE FRATURA, A PRESENÇA DE EDEMA (INCHASSO)E HEMATOMA (ROUXIDÃO) TAMBÉM SÃO INDICATIVOS DE FRATURA. MESMO ESTANDO COM MEDO SE VC ESTIVER SENTINDO MTA DOR, COM A PERNA INCHADA E ROUXA É INDICADO IR AO MÉDICO E FAZER UM RX.
    OBRIGADO PELA VISITA.

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  4. boa noite Rafael, a poucos dias senti uma dor localizada ao tocar na minha canela da perna esquerda pouco acima do tornozelo na parte frontal, no local estava pouco roxo. Ja não sinto mais dor, mas no local esta um ressalto, não chega a ser grande mas da para sentir mais alto. Coloquei gelo e tomei antiflamatórios mas não sumiu ja tem umas 3 semanas, mas não sinto dor e nem difuldade nos movimentos.

    Fui ao ortopedista e expliquei para ele, tirei um raio x mas não acusou nenhuma alteração ossea, talvez tenha sido causado por alguma lesão que acabei tendo. Mas caso esse edema não suma qual o procedimento? e quanto tempo devo esperar para que ele suma?

    Obrigado
    Att.
    Rodrigo

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