segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL / ENCEFÁLICO

AVC / AVE
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL / ENCEFÁLICO


  • Conceito de AVC e AVE:
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou Acidente Vascular Encefálico (AVE) são a mesma coisa, porém, a denominação AVE é mais atual e deve ser, prioritariamente usada. Assim sendo, o AVE, popularmente conhecido como derrame cerebral, é caracterizado pela perda rápida de função neurológica, decorrente do entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos cerebrais. É uma doença de início súbito, que pode ocorrer por dois motivos: isquemia ou hemorragia.
O AVE isquêmico é o mais comum, ocorre devido a um bloqueio, geralmente, por placas de gorduras em artérias que levam sangue para o cérebro. O fornecimento de sangue para uma determinada região do cérebro fica prejudicado e a disponibilização de oxigênio e nutrientes para o tecido nervoso é comprometido, ocasionando uma lesão.


Uma outra forma de AVE isquêmico é o Ataque Isquêmico Transitório (AIT) que clinicamente, corresponde a uma isquemia passageira que não chega a constituir uma lesão neurológica definitiva e não deixa sequela. É um episódio súbito de deficit sanguíneo em uma região do cérebro com manifestações neurológicas, que se recuperam em minutos ou em até 24 horas. Constitui um fator de risco muito importante, visto que, uma elevada porcentagem dos pacientes com AIT apresentam um AVC nos dias subsequentes.
E a outra forma de AVE é o hemorrágico, que é menos comum, mas não menos grave, e ocorre pela ruptura de um vaso sanguíneo intracraniano, levando à formação de um coágulo que afeta determinada função cerebral.

  • Locais de ocorrência das lesões:
O sistema nervoso central todo pode ser acometido por esta doença e ele inclui, além do cérebro, o tronco encefálico e o cerebelo Dependendo da região atingida, os sintomas e as sequelas são diferentes.
Assim o lobo frontal está mais ligado às decisões e movimentos, o parietal com os movimentos e a sensibilidade do pescoço para baixo e com parte da fala e o occipital com a visão. O cerebelo está ligado com o equilíbrio e o tronco cerebral com a respiração e os movimentos e sensibilidade do pescoço para cima. Claro que isto é uma explicação básica e deve-se ter em mente que todo sistema nervoso está interligado podendo uma lesão em uma mínima parte ter grandes repercussões no todo e suas implicações e a localização da lesão podem ser difíceis de diagnosticar, devendo a pessoa acometida ser avaliada por um médico.

  • Diagnóstico:
O diagnóstico do AVE é obtido através dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente e por exames de imagem, como a tomografia computadorizada e ressonância magnética, que permitem ao médico identificar a área do cérebro afetada e o tipo de AVE.
A agilidade no atendimento do paciente que acabou de ter um AVE é de extrema importância para a  sua vida e recuperação.

  • Sintomas e Identificação:
    • Sinais que precedem um derrame:
      • Cefaleia intensa e súbita sem causa aparente.
      • Dormência nos braços e nas pernas.
      • Dificuldade de falar e perda de equilíbrio.
      • Diminuição ou perda súbita da força na face, braço ou perna do lado esquerdo ou direito do corpo.
      • Alteração súbita da sensibilidade, com sensação de formigamento na face, braço ou perna de um lado do corpo.
      • Perda súbita de visão em um olho ou nos dois.
      • Alteração aguda da fala, incluindo dificuldade para articular e expressar palavras ou para compreender a linguagem.
      • Instabilidade, vertigem súbita e intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos.
    • Como identificar um AVE:
      • Pedir, em primeiro lugar, para que a pessoa sorria. Se ela mover sua face só para um dos lados, pode estar tendo um AVE.
      • Pedir para que que levante os braços. Caso haja dificuldades para levantar um deles ou, após levantar os dois, um deles caia, procurar socorro médico.
      • Dê uma ordem ou peça que a pessoa repita alguma frase. Se ela não responder ao pedido, pode estar sofrendo um derrame cerebral.

  • Fatores de Risco:
o       Hipertensão arterial: é o principal fator de risco para AVE.
o       Doença cardíaca: qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem arritmias, podem determinar um AVE.
o       Colesterol: o colesterol é uma substância existente em todo o nosso corpo, presente nas gorduras animais; ele é produzido principalmente no fígado e adquirido através da dieta rica em gorduras. Seus níveis alterados, especialmente a elevação da fração LDL (mau colesterol, presente nas gorduras saturadas, ou seja, aquelas de origem animal, como carnes, gema de ovo etc.) ou a redução da fração HDL (bom colesterol) estão relacionados à formação das placas de aterosclerose que podem entupir as artérias.
o       Tabagismo: o hábito é prejudicial à saúde em todos os aspectos. O fumo acelera o processo de ateroesclerose.
o       Consumo excessivo de bebidas alcoólicas: quando isso ocorre por muito tempo, os níveis de colesterol se elevam; além disso, a pessoa tem maior propensão à hipertensão arterial.
o       Idade: quanto mais idosa uma pessoa, maior a sua probabilidade de ter um AVE. Isso não impede que uma pessoa jovem possa ter.
o       Obesidade: aumenta o risco de diabetes, de hipertensão arterial e de aterosclerose; assim, indiretamente, aumenta o risco de AVE.
o       Malformação arteriovenosa cerebral: distúrbio congênito dos vasos sangüíneos do cérebro nos sítios onde exista uma conexão anormal entre as artérias e as veias.

  • Tratamento:
O AVE é uma emergência médica e possui tratamento se o paciente for rapidamente encaminhado para um hospital adequado. O tratamento do AVE isquêmico já utilizado em todo o mundo há pelo menos 10 anos é realizado com medicamentos trombolíticos, que possuem a propriedade de dissolver o coágulo sanguíneo que está obstruindo a artéria cerebral, causando a isquemia. Atualmente, o único trombolítico aprovado para ser utilizado na fase aguda do AVE isquêmico é o rTPA (alteplase). Este medicamento pode ser administrado por via endovenosa nas primeiras 4,5 hora do início dos sintomas. Após essa fase inicial de instalação, a trombólise pode não ser mais eficiente, e pode ser perigosa por causar uma reperfusão de um tecido necrótico, transformando o AVE isquêmico num acidente hemorrágico, que pode levar à morte ou sequelas mais graves.




  • Fisioterapia no AVE:
A reabilitação após o AVE significa ajudar o paciente a usar plenamente toda sua capacidade, a reassumir sua vida anterior adaptando-se a sua atual situação.
O fisioterapeuta irá ajudar o paciente a entender o que lhe aconteceu e a responder eficientemente à medida que o mesmo tente se adaptar. Serão introduzidas atividades de mobilidade que fará o paciente libertar-se de "medos" e "inseguranças" causados pelo desequilíbrio corporal. Serão realizados exercícios de fortalecimento e alongamento muscular, treino de equilíbrio e estímulos da sensibilidade.
Muitas atividades fisioterapêuticas que começaram durante o início da recuperação, são apropriadamente modificadas para desafiar e fazer com que o paciente possa progredir até sua recuperação. Serão enfatizadas combinações motoras que permitem a concretização das tarefas alimentares, higiênicas, locomoção e outras tarefas funcionais.

Durante o início da recuperação objetivamos principalmente:

- minimizar os efeitos das anormalidades de tônus;
- manter uma ADM normal e impedir deformidades;
- melhorar as funções respiratórias e motoras;
- mobilizar o paciente nas atividades funcionais iniciais envolvendo mobilidade no leito, o ato de sentar, transferências...;
- impedir o descondicionamento;
- promover a conscientização corporal, movimentação ativa e uso do lado hemi;
- melhorar controle de tronco e equilíbrio na posição sentada;
- iniciar as atividades de cuidados pessoais.

O programa fisioterapêutico precoce, intensivo, eficaz, é sempre necessário, importante e principalmente capaz de prevenir as possíveis complicações, aumentando assim, a expectativa e a qualidade de vida do paciente mais próxima do normal.



Rafael Rabelo Mendes
Fisioterapeuta
CREFITO 4 Nº 118117 F
(31) 8828-4014

4 comentários:

  1. Rafael, muito boas e úteis suas informações. Valeu! Obrigada

    ResponderExcluir
  2. Obrigada pela matéria, deu um grande alento para minha família.

    ResponderExcluir
  3. obg suas informações foram de grande importância para mim :)

    ResponderExcluir